domingo, 4 de março de 2012

"AS PERSÉIADES"


Durante a noite do dia 12 de agosto, a Terra cruzará a trajetória do cometa Swift-Tuttle; ou seja: a Terra passará por onde o cometa Swift-Tuttle já passou várias vezes, sendo a última delas em 1992. Um cometa ao longo de sua trajetória vai "sujando" os lugares por onde passa com fragmentos e grãos liberados por ele. Quando a Terra passar por onde o Swift-Tuttle passou, parte desta "sujeira" cairá em nosso planeta, provocando o fenômeno conhecido como "chuva de meteoros" ou "chuva de estrelas cadentes".

Por toda a noite, dezenas de "estrelas cadentes" por hora cairão na Terra, sendo que em seu máximo, essa taxa poderá chegar a 75 por hora. Das 17 às 02:30h o Observatório Astronômico da Serra da Piedade estará aberto ao público. Aqueles que desejarem documentar o fenômeno fotograficamente deverão ir munidos de seus equipamentos: uma câmera que tenha a possibilidade de manter o filme exposto por tempo indeterminado (posição B na roda de velocidades da máquina); objetiva de 24, 28 ou 35 mm, podendo também ser usada a comum de 50 mm. Um cordão acoplador e um tripé, se não necessários, são recomendáveis. Filmes que aconselhamos: para slide de 400 ou 800 ASA ou para cartão de 400 ASA. Serão feitas apresentações multimídia sobre o fenômeno em si e como fotografá-lo.

Aqueles que desejarem "caprichar" mais em suas fotos poderão fazer um curso de introdução à fotografia astronômica, com ênfase à fotografia de meteoros, que será ministrado no OAP, dia 25 de julho próximo, pelo Prof. Bernardo Riedel, antigo óptico do OAP atualmente aposentado e uma das maiores autoridades brasileiras em fotografia astronômica. Haverá uma introdução ao curso pelo Prof. Renato Las Casas sobre o tema Cometas e Meteoros. O curso será gratuito mas o aluno deverá comparecer com uma câmera com as características salientadas acima, além de filmes fotográficos preto e branco de 400 ASA ou maior sensibilidade. Inscrições na sala 2050 do Icex no Campus Pampulha da UFMG. Maiores informações pelo telefone (31) 3499-5679 ou 3499-5814.

A observação de uma chuva de meteoros deve ser feita em um local escuro, o mais longe possível da poluição luminosa e que permita a visão desobstruída de uma grande região do céu. A Serra da Piedade apresenta condições ideais para isso, embora observações possam mesmo ser feitas em praças, quintais, telhados, etc., dentro de alguma grande cidade. Nesse último caso, apenas os meteoros mais brilhantes serão visualizados e não tão brilhantes quanto o veríamos em um local mais adequado. As condições ideais para a observação começam a existir após cerca de 20 minutos na escuridão, pois o olho estará então bem adaptado a ela e terá capacidade de ver meteoros mais fracos. As "estrelas cadentes" aparecerão em todas as regiões do céu e em instantes o riscará com cores variadas. O risco produzido por um mesmo meteoro poderá começar de uma cor e passar para outra. Se, em um mapa do céu, fizermos o prolongamento dos riscos feitos por essas "estrelas cadentes", veremos que todos esses riscos vêm de um único ponto, chamado de radiante da chuva. Esse radiante estará na constelação de Perseus, daí darmos o nome de Perséiades a essa chuva. Infelizmente nesse dia teremos uma lua minguante que estará nascendo em nosso horizonte por volta das 23:00h e prejudicando assim a nossa visão desse fenômeno.

É muito difícil prevermos qual o fenômeno astronômico cuja observação mais emocionará alguém em particular; porém uma chuva de meteoros é certamente aquele cuja observação é realizada em clima de mais alegria, principalmente se realizada em grupo. Não apenas a beleza de cada "estrela cadente" em si, mas também a incerteza do quando, onde e quem verá a próxima, contagiam o mais desinteressado dos observadores. No mais é torcermos para que o céu esteja sem nuvens e curtirmos mais esse espetáculo da natureza.

METEORÓIDES, METEOROS E METEORITOS


Por todo o espaço interplanetário vagam objetos rochosos e/ou metálicos com diâmetros que variam de alguns poucos metros até frações de milímetro. A esses objetos damos o nome de meteoróides. Eles consistem principalmente de fragmentos de asteróides ou restos de cometas e suas quantidades aumentam rapidamente à medida que seus tamanhos diminuem.

À medida que a Terra se movimenta em sua órbita em torno do Sol ela vai "capturando" milhares e milhares de meteoróides. São estimadas que centenas de toneladas de meteoróides caem na Terra diariamente. Quando um desses objetos cai em nossa atmosfera, devido a sua alta velocidade, o atrito com o ar vai derretê-lo e, em alguns casos, quebrá-lo. Se a queda ocorre na parte noite da Terra, a incandescência decorrente da fusão desse meteoróide riscará o céu. A esse fenômeno damos o nome de meteoro ou popularmente de "estrela cadente".

A grande maioria dos meteoros que vemos são devidos a meteoróides cujos tamanhos vão de meio milímetro a meio centímetro. Essas partículas são completamente destruídas ainda a grandes altitudes. Meteoróides cujos tamanhos vão do de um ovo de galinha ao de uma melancia, têm suas crostas fundidas durante a queda, podendo sua parte interna chegar intacta ao solo. As partes internas de meteoróides maiores que uma melancia normalmente chegam intactas ao solo. A parte do meteoróide que sobrevive à queda é denominada meteorito.



CHUVA DE METEOROS





Em qualquer noite de céu aberto, se em condições apropriadas de observação, poderemos ver em média uma dezena de meteoros cruzar o céu, por hora. Ocorrem isoladamente em qualquer parte do céu e os riscos que fazem no céu têm orientação aleatória. Durante o ano entretanto, existem algumas noites em que o número de meteoros aumenta consideravelmente e os riscos que deixam no céu parecem divergir de um único ponto. A esse ponto do céu damos o nome de ponto de radiância e a esse fenômeno de chuva de meteoros. Durante uma chuva de meteoros se marcarmos em um mapa do céu os riscos observados, veremos que os prolongamentos de todos esses riscos se encontrarão em um único ponto, o ponto de radiância.

As chuvas de meteoros ocorrem quando a Terra cruza ou tangencia a órbita de algum cometa, mesmo o cometa não estando por perto. Ao longo de sua órbita um cometa está constantemente liberando grãos e fragmentos. A taxa de liberação desses grãos e fragmentos aumenta à medida que sua distância ao Sol diminui. Esses grãos e fragmentos irão descrever órbitas semelhantes à órbita do cometa e ocuparão um volume do espaço em torno dessa órbita. Uma chuva de meteoros acontece quando a Terra passa por essas regiões onde gravitam "restos" deixados por cometas. Os meteoros serão produzidos pela queda de parte desses grãos e fragmentos em nosso planeta.
Em uma chuva de meteoros o ponto de radiância é apenas um efeito de perspectiva e corresponde aproximadamente (corrigindo efeitos devido à rotação da Terra e à atração gravitacional da Terra sobre essas partículas) à direção para a qual a Terra está se movimentando. Os nomes dados às chuvas de meteoros dizem respeito à constelação onde se encontra o ponto de radiância daquela chuva. No diagrama acima apresentamos, dentre outras, as trajetórias da Terra e do cometa Swift-Tuttle. A chuva de meteoros do dia 12 próximo acontecerá porque nesse dia a Terra cruzará a trajetória deste cometa. Nesse dia a Terra estará se movimentando em direção à constelação de Perseus, daí o nome de Perséiades dado a essa chuva.
FONTE:http://www.observatorio.ufmg.br/pas02.htm


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